"...brilhe a vossa luz diante dos homens,
de modo que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu."
(Mt 5, 16)

São vários os cristão alentejanos,
ou com profunda relação ao Alentejo,

que se deixaram transformar pela Boa Nova de Jesus Cristo
e com as suas vidas iluminaram a vida da Igreja.
Deles queremos fazer memória.
Alguns a Igreja já reconheceu como Santos,
outros estão os processos em curso,

outros ainda não foram iniciados os processos e talvez nunca venham a ser…
Não querendo antecipar-nos nem sobrepor-nos ao juízo da Santa Mãe Igreja,
queremos fazer memória destas vidas luminosas.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Hóstia Santa ... Deus Vivo
"Sentimos pois que é chegada a hora de vos convidarmos
a tributar ao Rei Divino,

que tem sido tão esquecido e tão votado ao abandono,

um testemunho público e solene de vassalagem e amor.
Façamos acordar na alma alentejana a fé antiga,
façamos ressuscitar a piedade eucarística de tempos idos,
numa solene apoteose,

que será ao mesmo tempo um preito de fidelidade
e um acto de reparação,

vamos levar em triunfo,
não só pelas ruas da cidade,

mas também dentro das almas,
a Hóstia santa, que é o Deus vivo a habitar entre nós".
D. Manuel Mendes da Conceição Santos

11 de Fevereiro de 1941
convocação da Arquidiocese para o Congresso Eucarístico em Évora,
de 1 a 4 de Maio de 1941

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Santa Isabel de Portugal
Rainha e Terceira Franciscana

Memória Litúrgica:
4 de Julho (MO)

Santa Isabel de Portugal nasceu em 11 de Fevereiro de 1270, em Saragoça, filha de Pedro III, rei de Aragão e da rainha Dª Constança. Recebeu seu nome em homenagem a sua tia, Santa Isabel da Hungria, canonizada anos antes, e de quem se esperava que Isabel herdasse a bondade e a santidade.
Com 12 anos incompletos (1282) casou-se com o Rei Dinis, de Portugal.
A viagem para Portugal foi longa e difícil. Em Junho de 1282 encontrou-se em Tancoso com o rei D. Dinis, a quem via pela vez.
Gostava da vida interior e do trabalho silencioso. Jejuava dias sem conta através do ano, comovia-se com os que erravam, rezava pelo seu Livro de Horas, cosia e fazia bordados em companhia das damas e donzelas, e distribuía esmolas aos necessitados, sem esquecer o governo da sua casa.
Aos 20 anos nasceu D. Afonso IV, “O Bravo”, que foi a sua cruz e o grande amor da sua existência. Caso único na primeira dinastia portuguesa, a vida deste homem foi pura e não virá fora de propósito descobrir nisto a influência da mãe, e talvez um complexo de repugnância pelas inúmeras aventuras de seu pai, influenciado pelas dores que via sofrer sua mãe, meio abandonada pelo marido. Mas era discreta a jovem rainha. Fingia não saber nada sobre as infidelidades de D. Dinis. Mulher cristã até à medula, amava e perdoava ao jeito do Evangelho duma forma heróica e radical, criava os filhos ilegítimos do marido.
Verdadeiramente Bem-aventurada, porque construtora da paz. Em várias ocasiões fez sentir o seu poder mediador e apaziguador. E acaba por partir para o seio da Trindade, na cidade alentejana de Estremoz, em plena missão de construção da paz.
Dotava os conventos do reino com muitas esmolas, principalmente o de Santa Clara de Coimbra. Mandou construir um hospício para os pobres em Coimbra, um hospital para crianças doentes e enjeitadas em Santarém e uma casa para recolhimento e regeneração das mulheres perdidas de Coimbra. Recebia no palácio jovens pobres e alimentava-os, dando-lhes dinheiro e condições para que se casassem ou se fizessem religiosas.
O Rei Dinis adoeceu em 1324 e foi cuidado por sua esposa pessoalmente até a morte, em 7 de Janeiro de 1325. Após o enterro do marido, a Rainha Isabel fixa residência em Coimbra e pôs o véu branco e vestiu o hábito de Santa Clara, ainda que livre de votos religiosos, conservando o que era seu, como diz ela, para construir igrejas, mosteiros e hospitais.
Num quente de verão, em Junho de 1336, resolve partir para Estremoz, a fim de se encontrar com o seu filho, D. Afonso IV, rei de Portugal, em guerra com o seu neto D. Afonso IX, rei de Castela. É desaconselhada a fazer a viagem devido à longa distância, ao calor, à sua idade e à precariedade da sua saúde, mas era preciso construir a paz e Dª Isabel põe-se a caminho. Chega doente à fortaleza de Estremoz, logo lhe aparece uma pústula no braço que lhe causa febres. Junto à sua cama estava a nora, a rainha Dª Beatriz. Então viu passar uma dama com vestido branco. Nossa Senhora? É possível. Confessou-se, assistiu à Missa e com grande devoção e muitas lágrimas recebeu o Corpo de Deus.
Faleceu rezando na noite de 4 de Julho, após receber os últimos sacramentos.
Contra a vontade da corte, seu filho realiza-lhe o desejo de ser enterrada no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra.

Devido aos inúmeros milagres ocorridos após a morte de Santa Isabel, o Rei Manuel I pede-lhe a beatificação, e o Papa Leão X, em 1516, a declara Bem-aventurada, dando permissão para a celebração de sua festa na diocese de Coimbra. Em 1556, em virtude de outros milagres atribuídos à Rainha, o culto se estende por todo o reino de Portugal. Em 1560, Ana de Meneses, abadessa do Mosteiro de Santa Clara, funda a Confraria da Rainha Santa. O Papa Gregório XIII, em 1581, concede diversas graças e indulgências aos associados desta confraria. Em 1612, uma comissão vem de Roma a Coimbra para dar início ao processo de canonização da Rainha. Abriram-lhe o túmulo 276 anos após sua morte e descobriram que seu corpo estava incorrupto e exalava um aroma suave. Em 25 de Maio de 1625, festa da Santíssima Trindade, o Papa Urbano VIII canoniza a Rainha Santa Isabel de Portugal.
(Fontes: JOSÉ LEITE, S.J. (organização),"Santos de cada dia - II - Maio.Junho.Julho.Agosto", Editorial A.O., Braga, 3ª Edição, pgs.375 a379 e site: "Vidas de Santos")

Oração
Senhor nosso Deus, fonte de paz e de amor, que destes a Santa Isabel de Portugal o dom de reconciliar os homens desavindos, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de trabalhar ao serviço da paz para podermos ser chamados filhos de Deus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Papa reconhece milagre do
Beato Nuno de Stª Maria
Caminho para a Canonização
está completo

Bento XVI abriu hoje as portas à Canonização do Beato Nuno Álvares Pereira, ao autorizar a promulgação de dois decretos que reconhecem um milagre atribuído ao futuro Santo português e as suas virtudes heróicas.
Os decretos foram tornados públicos esta Quinta-feira pela Sala de imprensa da Santa Sé, após uma audiência concedida pelo Papa ao Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
O Beato Nuno de Santa Maria (1360-1431) foi beatificado em 1918 pelo papa Bento XV, e nos últimos anos, a Ordem do Carmo (onde ingressou em 1422), em conjunto com o Patriarcado de Lisboa, decidiram retomar a defesa da causa da canonização. A sua memória litúrgica celebra-se, actualmente, no dia 6 de Novembro.
O processo de canonização do Beato Nuno de Santa Maria, D. Nuno Álvares Pereira, foi reaberto no dia 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, com a sessão solene presidida por D. José Policarpo.
A cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca de Xira, que sofreu lesões no olho esquerdo por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe.
A cura de Guilhermina de Jesus, depois de ter pedido a intervenção do Santo Condestável, foi observada por diversos médicos em Portugal e foi analisada por uma equipa de cinco médicos e teólogos em Roma, que a consideraram miraculosa.
A história deste processo já poderia ter conhecido o seu epílogo quando, em 1947, o papa Pio XII se manifestou interessado em canonizar o Beato português por decreto. O estado de uma Europa destruída pela II Guerra Mundial fez, porém, com que a Igreja portuguesa recusasse este motivo de festa.
Trabalhos levados a cabo pelos Cardeais Patriarcas de Lisboa D. José III (1883-1907) e D. António I (1907-1929), secundados pela Ordem do Carmo, culminaram com o Decreto da Congregação dos Ritos “Clementissimus Deus” de 15 de Janeiro de 1918, ratificado e aprovado pelo Papa Bento XV em 23 do mesmo mês e ano. Esses trabalhos, retomados pelo Episcopado Português, culminaram com a já referida permissão de Pio XII para que o processo da canonização prosseguisse.
(Fonte: Agência Ecclesia)