"...brilhe a vossa luz diante dos homens,
de modo que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu."
(Mt 5, 16)

São vários os cristão alentejanos,
ou com profunda relação ao Alentejo,

que se deixaram transformar pela Boa Nova de Jesus Cristo
e com as suas vidas iluminaram a vida da Igreja.
Deles queremos fazer memória.
Alguns a Igreja já reconheceu como Santos,
outros estão os processos em curso,

outros ainda não foram iniciados os processos e talvez nunca venham a ser…
Não querendo antecipar-nos nem sobrepor-nos ao juízo da Santa Mãe Igreja,
queremos fazer memória destas vidas luminosas.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Santa Isabel de Portugal
Rainha e Terceira Franciscana

Memória Litúrgica:
4 de Julho (MO)

Santa Isabel de Portugal nasceu em 11 de Fevereiro de 1270, em Saragoça, filha de Pedro III, rei de Aragão e da rainha Dª Constança. Recebeu seu nome em homenagem a sua tia, Santa Isabel da Hungria, canonizada anos antes, e de quem se esperava que Isabel herdasse a bondade e a santidade.
Com 12 anos incompletos (1282) casou-se com o Rei Dinis, de Portugal.
A viagem para Portugal foi longa e difícil. Em Junho de 1282 encontrou-se em Tancoso com o rei D. Dinis, a quem via pela vez.
Gostava da vida interior e do trabalho silencioso. Jejuava dias sem conta através do ano, comovia-se com os que erravam, rezava pelo seu Livro de Horas, cosia e fazia bordados em companhia das damas e donzelas, e distribuía esmolas aos necessitados, sem esquecer o governo da sua casa.
Aos 20 anos nasceu D. Afonso IV, “O Bravo”, que foi a sua cruz e o grande amor da sua existência. Caso único na primeira dinastia portuguesa, a vida deste homem foi pura e não virá fora de propósito descobrir nisto a influência da mãe, e talvez um complexo de repugnância pelas inúmeras aventuras de seu pai, influenciado pelas dores que via sofrer sua mãe, meio abandonada pelo marido. Mas era discreta a jovem rainha. Fingia não saber nada sobre as infidelidades de D. Dinis. Mulher cristã até à medula, amava e perdoava ao jeito do Evangelho duma forma heróica e radical, criava os filhos ilegítimos do marido.
Verdadeiramente Bem-aventurada, porque construtora da paz. Em várias ocasiões fez sentir o seu poder mediador e apaziguador. E acaba por partir para o seio da Trindade, na cidade alentejana de Estremoz, em plena missão de construção da paz.
Dotava os conventos do reino com muitas esmolas, principalmente o de Santa Clara de Coimbra. Mandou construir um hospício para os pobres em Coimbra, um hospital para crianças doentes e enjeitadas em Santarém e uma casa para recolhimento e regeneração das mulheres perdidas de Coimbra. Recebia no palácio jovens pobres e alimentava-os, dando-lhes dinheiro e condições para que se casassem ou se fizessem religiosas.
O Rei Dinis adoeceu em 1324 e foi cuidado por sua esposa pessoalmente até a morte, em 7 de Janeiro de 1325. Após o enterro do marido, a Rainha Isabel fixa residência em Coimbra e pôs o véu branco e vestiu o hábito de Santa Clara, ainda que livre de votos religiosos, conservando o que era seu, como diz ela, para construir igrejas, mosteiros e hospitais.
Num quente de verão, em Junho de 1336, resolve partir para Estremoz, a fim de se encontrar com o seu filho, D. Afonso IV, rei de Portugal, em guerra com o seu neto D. Afonso IX, rei de Castela. É desaconselhada a fazer a viagem devido à longa distância, ao calor, à sua idade e à precariedade da sua saúde, mas era preciso construir a paz e Dª Isabel põe-se a caminho. Chega doente à fortaleza de Estremoz, logo lhe aparece uma pústula no braço que lhe causa febres. Junto à sua cama estava a nora, a rainha Dª Beatriz. Então viu passar uma dama com vestido branco. Nossa Senhora? É possível. Confessou-se, assistiu à Missa e com grande devoção e muitas lágrimas recebeu o Corpo de Deus.
Faleceu rezando na noite de 4 de Julho, após receber os últimos sacramentos.
Contra a vontade da corte, seu filho realiza-lhe o desejo de ser enterrada no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra.

Devido aos inúmeros milagres ocorridos após a morte de Santa Isabel, o Rei Manuel I pede-lhe a beatificação, e o Papa Leão X, em 1516, a declara Bem-aventurada, dando permissão para a celebração de sua festa na diocese de Coimbra. Em 1556, em virtude de outros milagres atribuídos à Rainha, o culto se estende por todo o reino de Portugal. Em 1560, Ana de Meneses, abadessa do Mosteiro de Santa Clara, funda a Confraria da Rainha Santa. O Papa Gregório XIII, em 1581, concede diversas graças e indulgências aos associados desta confraria. Em 1612, uma comissão vem de Roma a Coimbra para dar início ao processo de canonização da Rainha. Abriram-lhe o túmulo 276 anos após sua morte e descobriram que seu corpo estava incorrupto e exalava um aroma suave. Em 25 de Maio de 1625, festa da Santíssima Trindade, o Papa Urbano VIII canoniza a Rainha Santa Isabel de Portugal.
(Fontes: JOSÉ LEITE, S.J. (organização),"Santos de cada dia - II - Maio.Junho.Julho.Agosto", Editorial A.O., Braga, 3ª Edição, pgs.375 a379 e site: "Vidas de Santos")

Oração
Senhor nosso Deus, fonte de paz e de amor, que destes a Santa Isabel de Portugal o dom de reconciliar os homens desavindos, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de trabalhar ao serviço da paz para podermos ser chamados filhos de Deus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

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