"...brilhe a vossa luz diante dos homens,
de modo que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu."
(Mt 5, 16)

São vários os cristão alentejanos,
ou com profunda relação ao Alentejo,

que se deixaram transformar pela Boa Nova de Jesus Cristo
e com as suas vidas iluminaram a vida da Igreja.
Deles queremos fazer memória.
Alguns a Igreja já reconheceu como Santos,
outros estão os processos em curso,

outros ainda não foram iniciados os processos e talvez nunca venham a ser…
Não querendo antecipar-nos nem sobrepor-nos ao juízo da Santa Mãe Igreja,
queremos fazer memória destas vidas luminosas.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

... junto do Sacrário
“Meu irmão, tu oraste junto do sacrário, aos pés de Jesus que arde de amor pelas almas, a fim de alcançar para as mesmas almas a graça que as transforma? Pediste ao Mestre divino que pusesse em teus lábios a palavra de vida eterna que converte e convence? Imploraste perdão para os desvarios dos que O ofendem? Interessaste outras almas para que fossem ali levar a mesma súplica? Infelizmente muitas vezes não nos deveríamos queixar do povo que não escuta o sacerdote, mas sim do sacerdote que não ora por ele, que não escuta Jesus no sacrário.”
Servo de Deus
D. Manuel Mendes da Conceição Santos
arcebispo de Évora

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Testemunhos sobre Santa Beatriz:
a ORAÇÃO


Foi tão elevada a sua oração e tão grande a sua devoção, que o Senhor lhe fez muitos favores… Praticou a oração e teve esta devoção desde menina.
(M. Lerma, Processo, f.590)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Testemunhos sobre Santa Beatriz:
o seu AMOR
À PAIXÃO DE JESUS


A Serva de Deus dona Beatriz da Silva durante toda a sua vida foi muito devota da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo que meditava e contemplava nos seus exercícios diários de oração.
(M. Luna, Processo, f.111)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Testemunhos sobre Santa Beatriz:
o seu AMOR
À IMACULADA CONCEIÇÃO


"Tinha uma singularíssima devoção a Nossa Senhora, a Virgem e Mãe de Deus (…). Para honrar este mistério fez o propósito de fundar a Ordem, como com efeito tratou de fazê-lo, desde que a Senhora lhe apareceu, quando se encontrava encerrada no cofre."
(M. Maria Herrera de Vaca, Processo, f.200)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Nova Biografia
Francisco J. Castro Miramontes
SANTA BEATRIZ DE SILVA,
Bajo el signo de María

Uma abordagem à vida de Beatriz da Silva e Meneses, uma santa do século XV cujo exemplo irradia para além da sua época. Mulher de beleza extraordinária, viveu durante um tempo na Corte até que se retirou para Toledo para praticar uma vida de oração e caridade com uma especial devoção à Imaculada Conceição de Maria. Santa Beatriz, fundadora da Monja Concepcionistas, ordem presente em Espanha, Portugal, Bélgica, Índia, Guiné-Conacri e em vários países da América Latina, foi canonizada por Paulo VI em 1976. Esta obra, escrita por um franciscano (Francisco J. Castro Miramontes) e com os testemunhos de algumas monjas Concepcionistas, vê a luz no V Centenário da aprovação e atribuição pontifícia de Regra própria.
A obra pertence à colecção: Retratos de bolsillo,
editada pela:
EDITORIAL SAN PABLO (de Espanha)
e pode ser comprada por 6,20€.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Só no amor se é fiel
e só na fidelidade
se prova o amor…

No passado dia 20 de Novembro, as Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, celebraram, em Fátima, o cinquentenário do Testamento Espiritual de Madre Maria Isabel da SS.ma Trindade. Presidiu à Eucaristia o Senhor D. Augusto César, Bispo Emérito de Portalegre e Castelo Branco. Partilhamos com os nossos leitores uma parte da homilia, então proferida.

O ‘Testamento Espiritual’ de Maria Isabel da Santíssima Trindade constitui um ‘canto e um ‘encanto’. Como canto, expande o que ela sente no coração: louvor e gratidão ao Senhor, que atrai, chama e envia. E como encanto põe os olhos da confiança na Senhora Imaculada e na sua atitude de ‘Serva humilde’; a seguir, familiariza-se com a simplicidade e o despojamento de Francisco de Assis e, como ele, dispõe-se a servir os pobres.
Em termos de análise, olhemos para o texto e ponhamos a descoberto o que melhor define, relativamente ao essencial.
Primeiramente, o conceito duma ‘herança’: o coração de Maria Isabel, atento ao sofrimento dos pobres, inspirava compaixão e vontade de os servir, partilhando mesmo a sua sorte. Isto, à imagem do que fizera Jesus: Junta-se com os publicanos e pecadores, e comia com eles. Enquanto assim pensava, sentia no seu interior, o despertar dum desejo que atraía até à consagração. Pois, quando nos deixamos conduzir pela fé, não abrimos as portas do egoísmo nem
fazemos parceria com o medo. Antes, confiamos na palavra de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”!
Passemos agora ao carisma: trata-se de um impulso interior, ungido de inspiração, que desabrocha ao sabor do discernimento e da oração … e que abre caminho ao apostolado e à confiança. Todavia, nos tempos que correm, surgem alguns obstáculos que desgastam o carisma ou vão tolhendo os seus frutos. Por exemplo: a ‘autonomia’ muito apetecida e cultivada pela moda e pela comunicação social… o ‘individualismo’ susceptível de abrir caminho ao egoísmo e a alguma singularidade nada benéfica, em comunidade… e o ‘capricho’ com manifestações excêntricas e arrogantes.
Finalmente, demos ouvidos à exortação: trata-se dum alento de fé, que vale também como súplica da última hora. A Fundadora antevê um esforço fecundo pela graça de Deus; e sabe que a sua vida é um quase testemunho sacramental. Por isso, faz um apelo amoroso e vigoroso à vigilância e à fidelidade; pois, sabe que se houver quebras ou regateio na obediência e na fraternidade, pode haver ruptura, como aconteceu com o povo de Israel. E, embora S. Paulo diga que se formos infiéis, Deus permanece fiel… e que se desistirmos, Ele nunca desiste… A Fundadora assenta a exortação na necessidade da verdade na linguagem… da humildade e simplicidade no procedimento… e da gratidão na relação com Deus e com as companheiras e superioras. E põe em evidência o modelo da Sagrada Família, para que nada quebre a boa harmonia comunitária e a responsabilidade. Quer dizer: só no amor se é fiel e só na fidelidade se prova o amor.
Maria Isabel da Santíssima Trindade expressa, deste modo sereno, embora inflamado, o que lhe vai na alma. E porque sente que tudo é dom e é graça, pede às suas filhas espirituais que se esforcem por ser fiéis e generosas… fraternas e cheias de confiança… amantes do recolhimento e do silêncio… desprendidas e laboriosas… e sempre de mãos dadas com a oração. Depois olhando para o céu, numa atitude confiante e atraente, diz às suas filhas que as leva no coração, para que não se sintam órfãs nem dispersas por causa do trabalho e das dificuldades. O serviço dos pobres será o grande objectivo das suas vidas e a santidade o melhor meio de o conseguir.
Demos todos juntos graças a Deus!
+ Augusto César
Bispo Emérito da Diocese de Portalegre e Castelo Branco
in «SEARA DOS POBRES», nº 57 - Janeiro/Fevereiro/Março - ano 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

«Não podeis servir a Deus e ao dinheiro»
(Mt.6,24)

Um dia, Madre Isabel pronunciou esta frase, que nos deixou em herança: «Fiz-me pobre para privilegiar os pobres». Nesta expressão ficou expresso e encarnado o pensamento de Cristo, que o Evangelista Mateus reproduziu, e faz o título desta reflexão. De facto, assim como não é possível servir a dois senhores, ou seja, a Deus e a tudo o mais que nos possa impedir de O servir, assim também não é possível sentir e viver os problemas dos pobres, se não vivermos como pobres. Para podermos privilegiar os pobres, de entre todos os seres humanos que amamos e servimos, e sabermos o que significa, verdadeiramente, viver em pobreza, precisamos de a sentir e fazer nossa, no nosso quotidiano pessoal.
A pobreza, porém, não é um objectivo a alcançar, por si mesma. Ela tem uma importância enorme, como caminho para o amor fraterno. A propósito, o Autor dos Provérbios deixou-nos este lindo pensamento: «Mais vale um prato de legumes, com amor, do que um vitelo gordo com ódio» (Pr.15,17). Não é, de facto, por muito possuirmos que somos felizes, embora saibamos que «para o pobre, todos os dias são maus» (Pr.15,15). E estas duas coisas têm de estar presentes em nossa vida: não nos afeiçoarmos aos bens deste mundo; e viver, em total empatia com quem não tem o necessário para ter uma vida digna. Daí a necessidade de nos fazermos pobres e de privilegiarmos os pobres na nossa acção. Para podermos aproximar-nos eficazmente dos pobres, não podemos ter uma vida muito diferente da deles. Os pobres precisam de captar o nosso amor através do nosso testemunho de vida desprendida dos bens deste mundo, a fim de poderem receber de nós o exemplo de quem acredita que a maior riqueza não vem da posse dos bens, mas do único Bem que é Cristo, e do amor com que Ele nos ama.
Nestes tempos, em que vivemos, não faltam casos de miséria e de verdadeira necessidade que se cruzam, nos caminhos da vida, com pessoas que mais pensam em si e nas suas comodidades e bem-estar, do que nas carências dos que não têm um mínimo indispensável para viver com alguma dignidade. Há situações gritantes que clamam mais justiça e mais amor. Precisamos, hoje, de pobres, que privilegiem os pobres!
O exemplo da Madre Isabel pode e deve ser um estímulo para aqueles que querem seguir, de perto, a Jesus Cristo que se fez pobre com a nossa pobreza para nos enriquecer com a sua riqueza. Somos todos chamados a partilhar com os irmãos a riqueza de Cristo que é o amor. O que nos há-de levar a essa partilha será sempre o amor. Mas o melhor modo de amar passa pelo exemplo de vida, que tem uma forma privilegiada de se exprimir: ser pobres, livremente, e por virtude, para aliviar a pobreza daqueles junto dos quais exercemos a nossa acção e que muitas vezes, são pobres por força das circunstâncias sociais e culturais.
+ Manuel Madureira
bispo emérito do Algarve
in «SEARA DOS POBRES», nº 57 - Janeiro/Fevereiro/Março - ano 2011